NATAL PRESS

“Uma aula de campo vale por muitos quadros de giz. Fomos conhecer a nascente do Rio Potengi, que nasce no nosso município e desagua no mar, em Natal, e aproveitamos para fazer um pique-nique, com alimentos e produtos da nossa região e falamos de segurança alimentar e nutricional”, narraram educadores de escolas rurais de Cerro Corá-RN, região serrana do Seridó, ao falarem sobre a experiência de Educação Contextualizada.

Outros educadores destacaram a importância da formação em Educação Contextualizada. “Surgiram novas visões e novos conhecimentos. Tratamos de assuntos como agricultura familiar, alimentação, conhecemos o funcionamento das cisternas e isso tudo provocou uma revisão no Plano Curricular”, comentou outro grupo. “A formação em Educação Contextualizada provocou uma reflexão sobre a nossa realidade e nos deu novos ânimos; vamos rever a nossa prática pedagógica”, contou outro grupo.

A educadora de uma das escolas de Jardim do Seridó-RN, no povoado Currais Novos, se surpreendeu numa aula de campo, quando constatou que alguns alunos conheciam coisas de outros países e outras regiões, porque a escola tem Internet, mas não sabiam o nome de plantas e árvores do lugar onde residem. “Eles não conheciam árvores do bioma caatinga, como o juazeiro e a faveleira e outros aspectos da região”, disseram.

“A formação abriu um novo mundo pra gente. A gente não trabalhava a nossa cultura e agora vemos a importância de valorizar a nossa cultura. Agora, as famílias da comunidade começam a se engajar nas coisas da escola”, contou o grupo de educadores de Acari-RN.
As experiências foram contadas durante o Encontro de mais de 100 Educadores das 83 escolas que conquistaram as cisternas do Projeto Cisterna nas Escolas, em 10 Municípios das regiões Trairi e Seridó, realizado dias 26 e 27, em Caicó-RN.

Desafios
O encontro também serviu para identificar inúmeros desafios da educação no campo. Entre eles, foram destacados o fechamento de escolas, o ensino multi-seriado, metodologia, a falta de estrutura das escolas, a falta de prioridade para o ensino, a infestação das escolas rurais por morcegos, pardais e insetos, entre outros. “Nossas escolas vão ter que passar por reparos no telhado, ter forro e vedar as brechas para evitar os morcegos e pardais”, narraram os educadores.

Outro desafio será a inserção da Educação Contextualizada no plano curricular das escolas. A última parte do encontro foi a proposta de um planejamento, neste sentido, apresentada pela professora Ana Almeida, uma das assessoras de Educação Contextualizada, no projeto Cisterna nas Escolas. Para o Assessor Técnico do Projeto Cisternas nas Escolas, Rosângelo Marcelino, “é preciso romper com o modelo de currículo antiquado e que não reflete a realidade, disse. Segundo afirmou, é necessário propor uma educação continuada e assumir a Educação como uma prioridade.

Inovações
O Coordenador do Projeto Cisterna nas Escolas, Agrônomo Damião Santos, no final do encontro, disse que o SEAPAC decidiu inovar. “Esse encontro não consta do contrato do Projeto, firmado entre o SEAPAC e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), mas decidimos realiza-lo para provocar interação entre os Educadores dos 10 municípios das duas regiões”, disse.

Outra inovação é um experimento de reuso de água, que deverá ocorrer numa das escolas. O SEAPAC vem conversando com um Departamento da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na área de Engenharia Sanitária, buscando uma parceria para esse trabalho. Um dos objetivos é desenvolver um projeto piloto de reuso de água da escola que possa ser replicado em outras comunidades.

CONTATOS:
Damião Santos – coordenador do Projeto – 99933-9453 / 99633-2960
José Bezerra – Assessoria de Comunicação – 98829-5304 (tim) / 99982-9723



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