NATAL PRESS

Poetema de Alexandru Solomon

´´ Vamos ser pedras?´´

Lembranças e lambanças


Num deserto de ideias, vale a pena enganar

O povão só vê novela, ele há de aceitar

O PT de roupa nova privatiza em surdina

Mas a “nossa” é diferente, temos o mapa da mina.

 

O discurso nunca muda: jogar pedras nos tucanos

Passatempo favorito que deu certo muitos anos

Eles “vende” o bem do povo e “consegue” preço vil

“Nois”, guiados pelo Lula, resgatamos o Brasil.

 

Dos tucanos ruins de bico veio a ‘privataria’

O PT, sempre do contra, sabotou quanto podia

Mas agora, oh surpresa, instalados no poder

Ao notar que vinha a Copa, decidiu se desdizer.

 

Segue tudo como antes, promoveu-se um leilão

Vai Cumbica, Viracopos, a seguir o Galeão

O dinheiro, ora essa, vem de fundos de pensão

Então, qual a diferença? AH, AGORA É CONCESSÃO!

 

Sobram esclarecimentos, ilustrando a diferença.

Ora, cale-se golpista, é maior que você pensa

Tudo bem, mas eu insisto, diz o crítico teimoso,

Só porque agora é Dilma e não mais o tal Cardoso?

 

Sem resposta à altura, o remédio é apelar.

Nem havia antes de Lula um Brasil pra mencionar.

Os blogueiros progressistas e a turma do agito

Batem firme, cospem fogo, para defender o mito.

 

Hoje tudo é diferente, vejam no retrovisor,

Quem nos elevou ao topo foi Lulinha, paz e amor.

O PT é onisciente, o PT é bom, é....

Manuais do MEC consignam: Lula inventou a roda.

 

Um escândalo por vezes turva de repente a cena

A gandaia anda solta. E a corrupção? Obscena!

Mas decerto é circunscrita, só envolve o baixo clero

Nosso Guia Luminoso nos tirou do “marco Zero”

Elegeu a sucessora tecnocrata de valor

Mãe do PAC é competente. Pé no acelerador.

 

Lehman Brothers, que bobagem, é apenas marolinha

Tudo isso é besteira, ela passa depressinha.

Tudo pronto para a Copa. Nota-se algum atraso

Valcke chia, mas que diabo, não vamos criar um caso!

São apenas pessimistas, e só fazem Zunzunzum.

A resposta vem no campo, um sonoro sete a um.

 

Uns escândalos pipocam envolvendo a Petrobrás

Mas todo o petróleo é nosso e a turma é capaz.

De repente, surge um nome pronunciado em surdina

 

É maracutaia, dizem – fala-se em Pasadena.

A notícia se espalha e a coisa é delicada

Lula não sabe de nada, Dilma fica ‘irritada’

Para estragar a festa, para poluir o clima,

 

Vem à tona outra bomba: Chama-se Abreu e Lima.

Que abacaxi solene num ano de eleição

Mas por sorte do governo não tem mesmo oposição

Com discursos e promessas o remédio costumeiro

O Brasil correu às urnas e elegeu... o marqueteiro.

 

Começou dois mil e cinzas, chega a hora da verdade

Um pibinho, inflaçãozinha – chega de mendacidade

Joga-se a ‘matriz’ no lixo, já não há mais pedalada

A verdade aparece não dá pra ser abafada.

 

Temos déficit primário, nossa nota é rebaixada

Dilma faz o seu discurso, só que não resolve nada

Uma luz no fim do túnel essa tal de Lava Jato.

Permaneçam nas poltronas, lá vem o segundo ato.

Alexandru Solomon, empresário, escritor. Formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus` ´Plataforma G` (Ed. Totalidade), ´Bucareste` e ´A luta continua` (Ed. Letraviva). Livrarias: Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br), Cultura (www.livrariacultura.com.br), Loyola (www.livrarialoyola.com.br), Letraviva (www.letraviva.com.br). | E-mail do autor: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.



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