NATAL PRESS

Não sei se quero te falar das varandas.
Daquelas, quando o silêncio vinha nas noites
Trazendo a luz de céus distantes. Tão serena.
E era irreal a hora porque assim será sempre
O tempo votivo à colheita das nossas afeições.
Guarda-me, amada, contigo no colo das ilusões.
O tempo não passou. E não passarão aquelas.
E quando no campanário de cada um, plangente,
Dobrar o sino do entardecer, verás ter passado
O vulto de nós dois. Mas, no teu olhar derradeiro
Ainda refletirão os alpendres de antigamente.



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