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O lagarto-de-folhiço (Coleodactylos Natalensis Freire) foi descoberto em 1999 pela professora e pesquisadora da UFRN, Elisa Freire, nas áreas remanescentes de Mata Atlântica do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte e do Parque Estadual das Dunas. Conhecido como o menor lagarto das Américas (medindo em média de 22,2 mm de comprimento rostro-anal), o minúsculo réptil está na lista das espécies ameaçadas de extinção e, recentemente, foi encontrado em grande quantidade pela equipe de manejo ambiental na área de 5 ha do antigo Horto Pitimbu, que foi incorporada no ano passado ao Parque da Cidade e onde agora funciona o Centro de Pesquisas e Experimentos da Mata Atlântica - CEPEMA.

O fato foi comunicado à professora Elisa Freire e passou a fazer parte da pesquisa de Pós-Doutorado do Dr. Raul Fernandes de Sales, com supervisão da pesquisadora pioneira. O relatório do estudo destaca que a quantidade encontrada naquela área é 27 vezes maior do que a estimada para as demais áreas da Unidade de Conservação do Município de Natal. “Considerando o número absoluto de indivíduos estimado para a área do antigo horto (6.800 indivíduos) e o número estimado para toda a área do Parque (22.700 indivíduos), a área do antigo horto, que constitui apenas 1,5% da área total do parque, abriga cerca de 29,9% da população de Coleodactylos Natalensis Freire”, revelam os pesquisadores.

Mas, o que seria motivo de alegria por importante descoberta para o meio ambiente, causa apreensão aos pesquisadores que alertam: “a enorme abundância da espécie naquela área de mata alta é um fato preocupante e não significa um bom estado de conservação para esta espécie ameaçada de extinção, tendo em vista que vários estudos, especialmente com lagartos, têm atribuído abundância anormal de espécies como característica de enclaves (território com distinções políticas, sociais e/ou culturais cujas fronteiras geográficas ficam inteiramente dentro dos limites de um outro território) de floresta e de florestas relictuais perturbadas, correspondendo a desequilíbrio em populações e consequente ameaça  à conservação da espécie”. Por outro lado, diz o relatório, “os resultados até então obtidos evidenciam a importância da preservação da área para a conservação do lagartinho-de-folhiço, espécie ameaçada da Mata Atlântica potiguar e dependente da mata preservada”.

Diante das indicações dos pesquisadores, o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, que já tem a atribuição de preservar e conservar a fauna e a flora existente no local, está tomando todas as providências para garantir a preservação da espécie e uma delas é evitar o trânsito de pessoas na trilha do lagartinho-de-folhiço, que foi criada recentemente e destinando outras áreas do CEPEMA para a visitação de grupos de pessoas. “A trilha do lagartinho-de-folhiço será utilizada com cautela pelos funcionários setor de manejo do Parque da Cidade e ficará reservada para pesquisadores. A outra área, onde foi criado um espaço de visitação, de convivência e de conhecimento será mantida para visitação de grupos previamente agendados pelo telefone 3232-3207”, garante o gestor do Parque da Cidade, Carlos da Hora.

                                                    Sobre o lagarto-de-folhiço

De acordo com o Wikipédia, o lagarto-de-folhiço é uma espécie característica das florestas, sendo comumente encontrado por entre o folhiço da mata. Já foi observado que este animal põe apenas um ovo por ninhada, têm habitos diurnos, alimentam-se de isópodos, habita locais onde há pouca incidência solar, como uma forma de evitar a desidratação por ser uma espécie diminuta. 

 

Foto: Arquivo/Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte



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