Happiness, felicità, felicidad, glück, bonheur, seja em que língua for, em qualquer lugar do mundo, as pessoas a buscam com sofreguidão. Uns se sentem felizes pela quantidade de dinheiro nas suas contas bancárias. Outros, pela aquisição de um bem ou até pela recuperação de um objeto perdido. Claro que há exceções, mas a regra, creio eu, é mais ou menos essa.

Observo que ela é procurada como se fosse um bem físico, que se pudesse comprar num supermercado ou numa loja de conveniência. Tenho a absoluta certeza de que muitos gostariam que ela fosse adquirida como um plano oferecido pelas redes de TV ou telefone/internet. Eles ligariam num 0800 e pediriam:

- Por favor, faça uma recarga de três anos de felicidade. Pode colocar no mesmo cartão que está cadastrado.

Alguns, mais afoitos, diriam:

- Quero o plano ilimitado.

É verdade. As pessoas não sabem que a felicidade não é uma “coisa”. Nem é perene. Quem descreve bem o assunto é Odair José, que num momento de rara inspiração disse: “Felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes. ” Acertou na mosca!

Por que não se sentir feliz quando podemos ver o multicolorido do nosso mundo? É um quadro que ninguém conseguiu pintar. E ouvir uma bela música? O coração agradece. Ter e apertar entre suas mãos as mãos da pessoa amada? Bom demais! Fechar os olhos e deixar que olfato identifique aquele perfume que lhe transporta pelo tempo e espaço? Uma autêntica viagem. O gosto de um beijo apaixonado? Não tem igual!

Infelizmente, a dureza do mundo vem crescendo e deixando as pessoas mais céticas com relação à felicidade. As emissoras de TV – sem exceção – e que possuem o poder de mexer com o íntimo da população, só nos trazem mazelas, desigualdades, maldades, etc. Isso influencia, em muito, esse comportamento. A violência faz mais sucesso do que o amor. É lamentável, mas é crua verdade.

Se assim é, convoco você, que ainda não foi contaminado por tudo isso, a fazer sua parte. Está sem motivação? Ouça “Epitáfio”, com Titãs, e você compreenderá o que quero dizer. Ame mais, trabalhe menos. Sorria mais, se irrite menos. Não economize seu amor. Nunca! Deixe as contas bancárias, objetos, para aqueles que jamais entenderão que a grande razão de estarmos aqui é justamente o amor. Pode até ser sozinho. Cada um sabe o seu jeito. Eu, particularmente, sou do time de João Gilberto: “É impossível ser feliz sozinho”.

Se está amando agora, vá fundo e não queira saber de mais nada. Que a pessoa amada seja sua prioridade. Não a perca a troco de pouca coisa. Desacertos? Existirão sempre. Vale a pena? Ouça Altemar Dutra cantando “Brigas” e você vai mudar de ideia.

Por fim, digo a vocês, apaixonados: ame seu parceiro por inteiro. Inclusive com seus erros e defeitos. É mais fácil consertar um erro do que encontrar um novo amor. Disso eu tenho certeza!