É inconteste o fato de que a violência cresce a passos largos no Brasil e no mundo. É cristalino, também, que nós, neste antes tranquilo pedaço de província, passamos por uma situação de criminalidade que já chegou ao descontrole. Casos de verdadeira barbárie tornaram-se rotina, desenhando os contornos de um quadro verdadeiramente aterrador, além de doloroso e revoltante para aqueles que perderam parentes ou amigos pelas mãos insensíveis e cruéis dos assassinos. Para os que sofrem, só em Deus encontram um bálsamo de conforto para amenizar a dor que lhes rasga a alma. Fora isto, resta – até agora - a vã esperança da ação da Justiça na captura e punição dos culpados. Seria, pelo menos, um consolo.
Creio que a falta de uma segurança ostensiva, estudada, em muito tem contribuído para o aumento dessa situação. A realidade é que a violência, devagar e sem alarde, se instalou entre nós. Hoje, assaltos, arrastões, assassinatos, tráfico, tudo está banalizado. Passaram a fazer parte do nosso cotidiano. Chegamos até a achar bom quando uma pessoa é assaltada e o marginal surrupia “apenas” seus pertences. Não. Isto não é bom. Isto é péssimo! É sinal de que a indignação está dando lugar ao “deixa pra lá”. Quase que dizendo: “Não foi comigo, tá bom demais”.
É, amigos, estamos praticamente entregues aos marginais. Não temos gabinetes a nos proteger, nem moramos em locais cercados por atentos vigilantes. Se nada for feito, viraremos presos nas nossas casas. Temo muito que a situação chegue ao ponto em que a população comece a pensar que a solução deverá ser a justiça com as próprias mãos. Dr. Henrique Baltazar defende o porte de arma. Não sei se é a solução. Porque, se assim for, as ruas virarão campos de batalha. Cada um por si! Triste, isso.
O governador mexeu nas cabeças da Segurança. Agiu e isto é bom. Mas, no atual momento, é pouco. Não creio que nossas polícias consigam dar um basta nisso. Talvez fosse o momento de colocar-se verdadeiramente na batalha e pedir ajuda às forças armadas. Exército, Marinha e Aeronáutica, Polícia Milita e Civil. Todas juntas nessa guerra que, não se pode esconder, foi deflagrada.
Enxergo no Governo Federal uma grande dosagem de responsabilidade. Essa história de distribuir bolsa disso, bolsa daquilo, auxílio daqui, ajuda dacolá, nunca trouxe nada de bom para o país. Podem prestar atenção que esse “tsunami” de violência vem se formando há uns cinco, seis anos. Ora, quem quer trabalhar se tem quem lhe dê uma “mesada”? Fica a frase que todos nós ouvimos desde crianças: “Cabeça vazia é oficina do Diabo”.
E pior: se já não bastavam os adultos pintando e bordando, surge a verdadeira “integração” dos menores de idade à rede criminosa. Está evidente que a falta de uma legislação que trate bandidos - tenham eles a idade que tiverem – como bandidos, motiva o crime e os “menores” agem com toda crueldade sempre protegidos pelo falso escudo da maioridade.
Diante desse quadro, repito: defendo a adoção de uma medida radical! Tipo assim: TOLERÂNCIA ZERO! Como? Matou? Joga numa prisão de vergonha e deixa ele quebrando pedras e apodrecer. É o que merecem. Assim, talvez um dia, possamos dizer, outra vez, ao tomarmos conhecimento de casos de violência: “Ainda bem que não é por aqui”.
*Jornalista (morrendo de medo de sair de casa).