Meu pai já fez a travessia mas eu nunca fiquei triste com isso. Primeiro pelo fato dele ter ido com 89 anos, quase 90. Segundo por ter dito a ele tudo que ele merecia ouvir. Eu te amo era quase todo dia e demais carinhos e reconhecimentos eram constantes.
Meu pai nunca precisou me falar sobre honestidade. Ele era e me bastava.
Nunca houve necessidade de dar aulas de educação. Eu prestava atenção nele, e aprendia.
Papai nunca ressaltou o quanto era interessante ser bem humorado. Sair com ele deixava isso patente.
Papai não precisava expressar seu amor pelos filhos. Sua presença tornava isso claríssimo.
Sua memória é legado suficiente. Sua lembrança um grande presente. Sua importância para minha formação, não tem como mensurar. Sua generosidade, não consigo limitar.
Meu amor Fernando Rezende é um pai que nunca foi. Não o vejo apartado. Não o sinto distante.
Aqui perto, acima, abaixo, ao lado, em frente, por onde esteja, meu ser o sente.
Papai em mais este dia do senhor, todo meu carinho, meu amor.

Flávio Rezende, um filho fundido no pai, aos 14 dias do mês oito do ano 2016