A loucura da meia-luz mendigando noite.
Vou, por impulso dos passos do passado,
Reencontrando as portas de musgos por tanta espera.
Sou a curva do beco que não olhou para trás.
Eu adormeci na cadeira quando ouvia a última radiola de ficha.
Trago-te, amada, um pouco do linho branco gizado pelo rubi das bocas visitadas por minha pele portuária.
Sou assim o violino no solo da rua onde gritei o teu nome.
E agora volto às pedras do cais mais uma vez
Para lamber as espumas da saudade.