Nos últimos dias umas notícias chegaram trazendo uma carga emocional difusa. De Recife a mensagem da passagem de um praphu, servo antigo de Krishna, que vinha ajudando junto a devotos, minorando agruras e possibilitando qualidade de vida na dor.
 
Em Natal dois amigos da área da comunicação deram tchau. Desencarnes de seres desconhecidos nos chegam cotidianamente através de informações de terremotos, atentados, tsunamis e assassinatos. Provocam reflexões. 
Notificações de passagens de almas amigas, quando nos chegam, despertam tristeza e saudades.
 
Apesar destes eventos, naturais de quem nasce, a vida neste fim de semana, igualmente remete meu ser a momentos extraordinariamente fantásticos, misturando emoções e provocando dubiedades. Ao mesmo tempo que pensava em Arruda, Allan e no praphu, me deliciava com encontros altamente queridos com Márcio Tassino no show dos Beatles 4Ever e Mozart Ferrao e família em Ponta Negra.
 
Enquanto a finitude de alguns sacode, a vida pulsando reativa a necessidade de seguir e ir até o fim, posto que ignorantes do The End, só nos resta o enredo do papel a ser desempenhado e da boa performance a ser feita, e assim vivendo bem e feliz, ficaremos aptos a compartilhar felicidade e disponibilizar alegria, matérias primas fundamentais para os vivos verem as cores mais brilhantes e curtirem as relações de maneira mais proveitosa. Diante do dito, a morte então nos torna mais vivos. Quem faz da reflexão da passagem o passo para ir junto, na minha opinião, erra. Quem - ao contrário, vive mais e busca contribuir, colaborar e potencializar o coletivo, entende que a energia da morte não é um fim, é sim um reforço, um esforço, um mais em quem fica. Segundo alguém por aí que já foi, "nada se perde, tudo se transforma".
 
Flávio Rezende aos dezesseis dias, sexto mês, ano dois mil e dezenove