O Aedes aegypti foi introduzido em Natal em 1996 e desde então tem tido uma população vetorial significativa. Foi durante a epidemia de 2015 que foi implementado a nova metodologia, o Vigiadengueutilizada pela Secretaria de Saúde. Hoje, essa metodologia é reconhecida nacional e internacionalmente, pelo Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS).  

Esta metodologia consiste em um monitoramento permanente e sistemático dos dados epidemiológicos, que dizem respeito ao número de casos em seres humanos, e entomológicos, que diz respeito a situação da população do vetor, que no caso é o Aedes aegypti. Esses dados são coletados, cruzados e alisados.  

É a partir desta análise que os especialistas podem classificar diferentes partes da cidade em quatro cenários de risco. Essa classificação se dá baseada em indicadores. No primeiro cenário, os indicadores estão normais ou indicam uma situação leve. No segundo cenário, há o destaque de algum indicador de risco; no terceiro, de dois; e por fim, no quarto, a situação é considerada de epidemia.  

A principal diferença entre o Vigiadengue e a metodologia utilizada no resto do país, é que o primeiro trabalha com diferentes ferramentas, procurando abarcar o monitoramento, controle e prevenção da doença. 

Segundo o chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Alessandre Medeiros, Natal atualmente se encontra em um período de baixa recorrência de casos, que necessariamente segue uma epidemia, como a que ocorreu em 2015 na cidade e no país.  

“Fazer projeções para o ano seguinte é sempre complicado. O que a gente observa são indícios. Fatores que começam a disparar. O nosso objetivo é, ao disparar esses fatores, responder de forma imediata, diminuindo o risco de epidemia e do impacto dela” pontuou o Alessandre 

Dentre as ferramentas do Vigiadengue, está o Gabinete de Crise, reuniões quinzenais realizadas no CCZ que tem como objetivo promover a intersetorialidade entre os distritos sanitários e as secretarias, analisando e debatendo os atuais cenários da cidade em relação aos casos epidêmicos e entomológicos de zoonoses. 

As outras ferramentas utilizadas são o controle vetorial por meio da visita do agente comunitário de saúde, a borrifação e os monitoramentos e análises citados.