NATAL PRESS

Canindé Soares

toinhoteatro

Um dos maiores patrimônios culturais do Rio Grande do Norte está sob nova direção. O jornalista e, por décadas, produtor cultural Toinho Silveira foi oficializado na coordenação do Teatro Alberto Maranhão na última quarta-feira (22). Desde a primeira semana de janeiro, quando foi convocado pelo governador Robinson Faria para o cargo, “Toinho” cumpre expediente diário e já esteve reunido com diversos segmentos da classe artística.

Já nos primeiros dias de gestão, o novo diretor conseguiu um feito: o resgate do mais longevo projeto musical do Estado. E o Seis e Meia já tem data para o reinício. Será em 31 de março, com shows de Rita Ribeiro e Khrystal. A noite estará inserida na ampla programação de aniversário de 111 anos do TAM, celebrado em 24 de março. Serão quase duas semanas de espetáculos com início em 19 de março e encerramento no dia 1 de abril.

Além da abertura ao diálogo e da volta do Seis e Meia, Toinho Silveira tem tomado outras providências e dado início ao projeto de tornar o Teatro Alberto Maranhão autossustentável. “Tenho ideias em mente para ocupar os espaços do TAM com atividades que rendam recursos ao Teatro e abram oportunidades à classe de artistas e produtores, além de focar na formação de plateia e na educação do jovem pela via da arte”, comentou o diretor.

A questão da democratização e qualificação da pauta, tão almejada pela classe teatral, também está sendo discutida. “Quero resgatar a elegância exigida por um teatro deste porte. Seja no atendimento, na exibição dos espetáculos, na arquitetura e na apresentação do teatro aos artistas e ao público. Todos merecem essa requalificação. E estarei assim respeitando, também, a promessa de campanha do governador Robinson Faria em promover a eficiência na prestação do serviço público”, apontou.

Outra preocupação do novo diretor do TAM é a comunicação não só com os artistas e a imprensa, mas com o público. “Quero que o Teatro funcione como elo entre o artista e a cidade. Já está em curso todo um aparato de comunicação e marketing, vantajoso para todos os segmentos e que renderá visibilidade e recursos para o Teatro. Aguardem e verão. O TAM será reaberto com um novo conceito”, prometeu.

Todas as ações contam com total apoio do diretor geral da Fundação José Augusto, Rodrigo Bico. Toinho Silveira também ressaltou a importância do intercâmbio com companhias e produtores culturais de outras cidades. “O Teatro estará aberto ao interior. Acho esse intercâmbio fundamental para a fluidez do fazer artístico. Fui o responsável por levar o Seis e Meia para Mossoró, por exemplo, e quero esse elo de novo. Inclusive para este projeto, eu tenho total apoio do prefeito de Mossoró, Francisco José Junior, sempre sensível à cultura”, concluiu.

O TAM está em período de recesso, normal em todos os anos. A reabertura será em 12 de fevereiro, com o primeiro espetáculo agendado para 22 deste mês. Até lá, a direção tem providenciado outras pequenas ações, a exemplo de fardamento para funcionários e contratação de pessoal.

TOINHO SILVEIRA - Nunca é demais lembrar quem valoriza o conhecimento, a cultura, a informação, a arte. Toinho Silveira é um deles. Jornalista, pintor, poeta, agitador cultural e empresário, sua trajetória traça o retrato de uma época.
São diversos os caminhos que o guiaram à arte. Cria da rica Mossoró, vindo de família tradicional, muniu-se da efervescência artística de sua cidade natal nos anos 1970 como uma maneira de se conhecer e entender o universo. Frequentou a boemia dos artistas, participou de movimentos culturais, produziu shows, lançou-se como pintor (inclusive com exposições na Alemanha e Itália), publicou o livro de poemas “Retalhos do Cotidiano” (1980), fez leituras dramáticas etc.
Sempre consciente da arte em sua vida. Começou a despontar na cena social de Natal nos anos 1980. Colunas badaladas, festas sofisticadas e muitas viagens, mas sem nunca descartar a sensibilidade artística. Mais do que um ativista em prol da arte, cultura e leitura, o jornalista reivindicou dignidade e voz própria para os artistas nativos ao lançar com pompa e circunstância o Troféu Cultura, que já se encontra na décima primeira edição.
Longe de se sentir acomodado com tudo o que já conquistou, Toinho Silveira inicia 2015 como diretor do histórico Teatro Alberto Maranhão (TAM), no bairro da Ribeira. Uma nova empreitada para quem tem vontade de levar adiante uma mensagem artística. Numa sociedade cada vez mais do espetáculo e da tecnologia, nunca é demais um apelo em favor da arte e da emoção.



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