Não me peça para respeitar sua posição partidária quando sei que esta é a roupa que você veste quando quer esconder sua falta de caráter diante da crise moral e política em que vive o Brasil. Não pretende você defender o partido do qual se diz adepto. Você se identifica, no seu egoísmo, com o crime perpetrado pelos saqueadores da Pátria - ou é beneficiário de alguma sobra depois que os chefões fazem a festa com o dinheiro da gente.

Se você sabe que esse seu trapo não esconderá por muito tempo seu delito calado e sua desonra fria por que vai por aí espalhando a desesperança quando sequer tem como sanar a ferida que carrega nessa sua alma perdida?

Você faz sua feira mas quem paga sou eu. Você mete a mão na coisa pública e abre um grande sorriso quando se refestela nos restaurantes de luxo. Mas me manda sempre a conta. Você, canalha, beija a boca da sua mula amante e lhe oferece champagne. Mas a conta é debitada como sacrifício da nação. Você é preso e eu lhe pago o salário de senador . Você recebe um triplex de presente. E eu pago o imposto que o dono de suas mãos imundas sonega. Você, sem ter prestado uma hora de labor, sem ter estudado, tem um sítio onde o faisão alça seu voo aristocrático. Enquanto milhões adormecem sem a certeza do pão chegando ao amanhecer. A mesma procissão que rezou ao santo, assiste, atônita, à cena triste, do coveiro que desce do andor para sepultar numa cova rasa os sonhos de um Brasil honesto. Você não é alienado. Quem o entorpece é sua pouca vergonha. Nem olhar você tem. Seus olhos perderam o brilho quando sua alma se deslumbrou pelo poder conquistado depois de ter mentido tanto. E depois de tanto ter saqueado o erário da nação. Você é o crime na sua expressão mais imunda. Você é o último excremento da descarga dada pelo inferno.