Esse pensamento surgiu depois que soube que uma menina de quinze anos colocou silicone nos seios para “dar uma turbinada” e não aprovei a atitude. Puxa! Não é cedo para isso? O corpo dela não está ainda em transformação? É culpa da televisão que mostra a atividade sexual cada vez mais precoce? Ou será culpa da mãe, que concordou com isso? Estou falando concordar, porque pode ser até que a mãe incentive. É verdade. Tem mães que são assim. Querem que as filhas sejam o que elas não conseguiram ser.

Sei lá! Não me considero um cara preso às regras do passado. De forma alguma. Do passado, só guardo as boas lembranças para, vez por outra, dar uma viajada no tempo. Guardo também algumas más lembranças. Essas, somente para que eu me lembre e não cometa os mesmo erros. Só. Com relação às mudanças do nosso cotidiano, adaptei-me perfeitamente. Vivo em paz com isso. O que me deixa encucado – palavrinha antiga, né? – é ver que a infância e adolescência estão cada vez mais se unindo. Do jeito que vai a criança sai da infância direto para as boates e shows da vida. Não tem mais bonecas, nem peladas, nem sonhos de ser uma princesa, nem de ser o galã da rua. Nada.

Porra! Como é bom passar por aquelas fases. Ser criança e não ligar pra porra nenhuma. Ser adolescente e se ligar “naquelas coisas”. Ir para a faculdade e sentir a vida de adulto acenando. Bom demais! Namoros escondidos, beijos roubados - nem sempre -, cinemas, praia, a família em casa, era tudo muito bom. Dei uma volta ao passado danada, não é verdade? Eu sei. Mas é para registrar o quanto é bom lembrar-se disso.

Nos dias de hoje, vejo meninas de quatorze, quinze anos, com corpos cada vez maiores que tentam ficar escondidos por roupas cada vez menores. Vejo, também, meninas que mal chegaram à adolescência já com um bebê no colo. O pai, uma criança também. Esse filho vai ser criado pela avó, é claro. Pois quando se casam, o tempo de casado é menor que o tempo que passaram fazendo a encomenda. Ora, a menina vai querer sair para as baladas e o pai vai por aí em busca de novas mães. Ou mães novas.

Tive um treinador - quando ainda jogávamos futebol de salão – chamado Bel, que dizia quando um zagueiro se metia a sair driblando: “Não adianta forçar a natureza!”. O que Bel queria dizer era que tudo tem seu tempo, sua hora, e seu lugar. Não podemos atropelar a vida. Por mais que se tente, mais na frente vem a resposta. Às vezes muito dura. Portanto, vamos viver de acordo com nossos instintos e criar nossos filhos nessa linha de pensamento. Caso contrário, vamos criar netos.