Vivemos uma sociedade de cobranças. Os políticos vivem apontando o dedo para os adversários, chamando os outros de ladrões, reacionários, isso e aquilo. Os religiosos também cobram santidade dos outros e acusam seguidores de tradições diferentes de pedofilia, terrorismo, mercantilização, etc.

Boa parte destas cobranças objetiva a atração de mais adeptos para seu lado, numa competição cada vez mais radical para aumento de suas agremiações.
Neste contexto é correto afirmar que certo é uma pessoa ter comportamento compatível com o que prega, uma vez que sair da linha atrai olhares de reprovação e possível cobrança do desvio em algum momento da vida.

Enquanto o Papa Francisco segue na direção de tornar verdadeiro o ideal cristão com hábitos simples e conduta humilde, diminuindo lentamente a forte influência da opulência e da delinquência no Vaticano, aqui no Brasil observamos atitude contrária em socialistas que, sempre falando no povo, passaram a levar vida de bilionários, com hábitos que passam pelo consumo das melhores bebidas, hospedagem nos mais caros hotéis, manutenção de frotas de veículos caríssimos e de palácios, utilização indiscriminada de cartões corporativos, além da recepção de recursos provenientes de fontes nada republicanas e com fortes indícios de caixa dois.

Teoricamente um socialista é aquele ser que muito preocupado com as desigualdades sociais e a conduta egoísta de empresários do mundo capitalista, oprimindo os trabalhadores com cruéis jornadas de trabalho e baixa remuneração, passa a ter uma atuação no sentido de mudar essa situação, trabalhando para harmonizar a distribuição de bens e riquezas do País para todos, humanizando as questões trabalhistas e lutando por melhorias em todos os sentidos para a classe trabalhadora.
Esse tipo de político, missionário ou idealista por tomar as dores do povo e querer a todo custo melhorar a vida dos mais sofridos - diante de uma sociedade formada por milhões e milhões de seres desprovidos do mínimo necessário para a sobrevivência, devia ter uma conduta a mais correta possível, não aceitando que nada de errado possa ocorrer em sua atuação ou com seu partido, uma vez que orador do bem, da labuta santificada de querer uma justa e humanizada distribuição do bolo para todos, deve pautar o conjunto de sua missão por atitudes e posturas radicalmente em comum acordo com o que se propõe a defender.

Lamentavelmente no Brasil, uma enorme leva de políticos socialistas foi lentamente sendo tragada e influenciada pelos encantos do materialismo, adentrando em terrenos que antes condenavam e, ainda hoje condenam mantendo apenas a retórica, internalizando hábitos e mudando radicalmente suas vidas e atuações.
A simples observação dos grandes socialistas que se aglomeraram em torno do Partido dos Trabalhadores e outros menos conhecidos, revela claramente seus gostos pelas coisas mais caras, passando por hotéis, carros, bebidas, casas, aviões, com estes socialistas vivendo nababescamente, movimentando bilhões em contas no exterior, realizando tratativas para o superfaturamento de contratos, com o Estado pagando um plus de onde, por debaixo do pano, saem comissões para abastecer o partido e os demais aliados, irrigando ainda contas bancárias pessoais e retroalimentando um esquema, certamente formatado e operado pelos mais conhecidos ícones do socialismo nacional, numa prova cabal de desvio de conduta e falta de ética.

Desconheço, a exemplo do Papa Francisco, ações no sentido de desocupar palácios, que podem vir a ser museus, utilização de carros mais populares, corte na utilização de cartões corporativos, conduta pessoal compatível com a missão anunciada, além, principalmente, da expulsão, solicitação de prisão, de todos aqueles que tiveram desvio de conduta, jogando na lama todo um trabalho que vinha sendo construído no sentido de tornar a sociedade mais justa e fraterna.
Numa patética e infantil defesa, os socialistas pegos em tenebrosas transações, acusam a mídia golpista e a elite branca de perseguição, enquanto as pessoas veem nitidamente o conjunto da obra, o desvirtuamento dos ideais e a implosão de ação política tão nobre, como a de defender o povo das agruras de uma existência tão problemática.
Hoje não vejo mais necessidade de socialismo na política. E nem de isso e aquilo. O que precisamos é de pessoas sérias, honestas, corretas, que trabalhando junto aos empresários, busquem a ampliação do mercado, proporcionando emprego e renda. Quanto menos a presença do Estado, melhor.

Esses mesmos socialistas que falam horrores do mundo capitalista, são clientes de carteirinha dos melhores resorts, viajando só de jatinhos, utilizando serviços de acompanhantes de luxo e mantendo criminosamente grande parte da população refém, através de ações políticas que visam a fidelização do voto, enquanto anos e anos passam e esses seres não alcançam ascensão econômica.
Muito ainda pode ser escrito, mas encerro deixando essa reflexão. Acreditei muito e estava junto dos socialistas que surgiram para tornar o Brasil um lugar de boas práticas, de honradez, justiça e ação social. Hoje vivemos intensa crise econômica, revelação de uma organização criminosa formada por socialistas e capitalistas, em casamento que não faz bem ao povo, posto que diante dos acontecimentos, é ele que se prejudica com a inflação, o fim de projetos do seu interesse, quebra de suas empresas mais rentosas e, o pior, o fim de um sonho.
Apesar de tudo, os socialistas ladrões continuam não sabendo de nada e repetindo baboseiras produzidas por marqueteiros e advogados, como se fossemos débeis e cegos brasileiros.
Passarão...


· * É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)