Não vinha lendo ou escutando muito sobre o présal nas discussões eleitorais. Talvez por que não seja um ouvinte permanente e atento, nem leitor assíduo, desses debates fajutos que nos apresentam. Mas, agora, surge como tema central em uma discussão que tem tudo para querer enganar os inocentes. A acusação é que Marina Silva pretendo abandonar o présal. O que não é verdade.

O présal já gerou muitas encrencas. Especialmente sobre a distribuição de um dinheiro inexistente, e que se prevê para daqui há dez ou mais anos. Esse dinheiro, incerto, está cada dia mais ameaçado pelo óleo de xisto. Todos os países, inclusive o nosso, possuem xisto em abundancia. A Argentina, aqui na esquina, tem quantidades enormes. Os Estados Unidos, maior consumidor de petróleo, e atualmente o maior produtor de óleo do xisto, já prega a independência da importação de petróleo em 2016. Hoje, já está quase auto-suficiente. O que acontece é que continuam comprando, e muito, para fazer reservas enormes. São previdentes. Um dos argumentos contra o xisto, do dano ambiental, está sendo enfrentado e resolvido. E, quando os Estados Unidos sair do mercado comprador, a tendência é de baixa no preço do petróleo. E o do présal, de produção cara, poderá ficar sem mercado. O preço do barril hoje está em torno dos US$90 dólares. Se comenta que o custo de sua extração está entre US$50 e $70 dólares.

Embora um otimista, sempre tive dúvidas a respeito da produção desse petróleo, especialmente devido aos seus custos. Não que seja entendedor do assunto, e sim pelo que tenho lido a respeito. Especialmente das dificuldades para a sua extração. É fácil ver esse problema. A sete mil metros de profundidade, evidente a dificuldade de extração, por mais técnica e conhecimento que se tenham. E os custos, claro, serão elevados.

Ainda mais agora, quando a Petrobras, uma das maiores petroleiras do mundo, e de reconhecido prestigio internacional, vem perdendo diuturnamente essa credibilidade. Seu valor de mercado já caiu à níveis nunca dantes vistos neste país. E a cada dia surgem novas estórias, depondo contra a integridade de sua administração e boas intenções de seus dirigentes.

A demora em explorar esse óleo, por pruridos ideológicos que não são lógicos, ameaçam afastar para longe, talvez definitivamente, os benefícios que o Brasil poderia ter se não perdêssemos tanto tempo. E, se o novo presidente, seja ele qual for, não agir rápido, mais uma vez vamos perder o bonde da história. É aguardar; e torcer.