NATAL PRESS

Cada um reage às manifestações que assolam o país de acordo com sua experiência e modo de pensar. Para deixar claro que estou antenado, começo dizendo que concordo com a maioria das reivindicações, que se podem discernir num meio tão difuso de idéias. Por exemplo, independência do eleitor, para votar e ser votado sem associação à partidos, voto não obrigatório, segurança, educação e saúde.

Essas ocorrências lembraram minhas aulas de Física no Atheneu, especialmente a 3a. Lei de Newton: cada ação, gera uma reação igual e contrária. Não vimos isso quando vândalos, destoando do tom geral dos protestos, atacaram bens públicos e privados. Alem da destruição em si, já condenável, houve saques e depredações imperdoáveis.

Por isso, tomo a liberdade de modificar aquela Lei, mesmo sem conhecimento de Física suficientes, para acrescentar uma 4a: cada má ação, deve gerar uma boa reação igual e contrária.

O que vimos nas TVs e lemos nos jornais, foi a apropriação das passeatas por um sem numero de criminosos, não tão pequeno quanto nos querem fazer crer, agindo indiscriminadamente e, geralmente, com reação tardia dos policiais. Entendo, até, essa demora em reagir. É que, além do risco que correm, muitas vezes, mesmo na maioria das vezes, são criticados por agirem com violência. Ao contrário, acho que até têm sido extremamente comedidos. Pergunto: quem, honestamente, reagiria com total frieza, diante de agressões como as que as TVs nos mostram, especialmente se a sua pessoa?

Todos que entendem do assunto dizem que multidões não têm modos. Basta alguém destoar do grupo e cometer um ato insano e muitos o sequem. Felizmente, parece que não chegamos a esse ponto, pois a grande maioria se tem comportado com correção. Mas multidões camuflam atos individuais, especialmente quando os mal intencionados já portam máscaras e capuzes, indicando de imediato que estão dirigidos à prática do vandalismo. Não seria o caso de exigir deles, se querem participar das manifestações, de mostrarem suas caras? Competiria aos responsáveis pelas convocações deixarem claro essa condição.

Também não entendo como achar “lindo”, como dizem alguns comentaristas, movimentos de massa cujos fins são difusos, sem lideranças identificáveis e que podem redundar, como vem acontecendo, em destruições e agressões. “Lindo”, sim, foi ver todo o povo no estádio de Fortaleza cantando o Hino Nacional à capela. Registre-se: não sou a favor da Copa, da forma como está sendo organizada, e escrevi artigos contra a destruição do nosso Machadão. O novo campo de futebol é um elefante branco. Como a maioria deles em todo o país. E, sem dúvida, o dinheiro gasto seria muito mais útil em saúde, educação e segurança.



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